Lá estava, bem no alto, reflexo de dor, de dureza nua. Para ela olhava , símbolo de crueldade da inveja e da maldade. Intimidado estava, símbolo de morte, de luta e de vitória.Ela era meu algoz. Todo dia me chamava, me cobrava. Eu condenado, pela própria natureza, natureza humana, a ela resistia.
Mas Ele saiu dentre a multidão, chamavam-no Senhor, aquela que me queria dele fugia.
Ao passar por mim olhou-me, de maneira profunda fitou-me. Olhar de dor com tom de alegria, parece paradoxal, mas, em meio a muitas lágrimas Ele ainda sorria.
A estreita viela tornou-se palco de observação mundial, todos o olhavam, alguns choravam, outros zombavam, mas o olhar dele fixo em mim estava, me fazendo pensar, me fazendo sentir, constrangendo-me.
Aquela que me chamava, de quem tanto fugia, por ele foi abraçada. Dura visão. O medo me acometeu, tentei correr, estava estasiado , com meu olhar fixado, no homem que em troca de nada o meu lugar tomara.
Vestido com um manto de sangue, subia o monte cambaleante e ferido, mas ainda sim decidido. Um manto real de sangue, uma dolorosa coroa, murmúrios e não festa, xingamentos no lugar de palmas, no lugar do amor apenas ironia, isso, porém não ofuscava sua soberania.
Com curtos passos subiu o monte, com inestimável amor tomou meu lugar na cruz.
A cruz que tanto rejeitava, através dele tornou-se símbolo da minha vitória, vitória me dada, vitória ganhada, tirada da perda, a perda da vida, perda vencida, vencida por ele, que deu sua vida, para que pela morte, a morte fosse vencida.
Símbolo de dor, já não temo mais seu vigor, já não podes mais me oprimir. Ao olhar-te não te vejo mais, pois com os olhos fixos em ti não vejo mais tua rudez, mas aquele que em ti se entregou e com humildade e amor me salvou, pra ele olho meu Senhor, meu Salvador.
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